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Caixa: 700 mil beneficiários do Bolsa Família não terão auxílio de R$ 600..

O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou hoje que 700 mil beneficiários do programa Bolsa-Família não receberão o auxílio emergencial de R$ 600 porque não se enquadram nas regras do programa. Segundo ele, essas pessoas possuem emprego com carteira assinada ou recebem outro benefício do governo, como o BPC (Benefício de Prestação Continuada)

Segundo Guimarães, um milhão de pessoas fizeram saques do benefício usando cartões. Ele não detalhou o volume sacado pelos clientes da Caixa. Até às 14h de hoje, 892,6 mil pessoas sacaram R$ 506 milhões sem cartões.

54% dos pedidos do auxílio de R$ 600 foram aprovados, diz governo

A Dataprev, empresa pública responsável por identificar quem tem direito a receber o auxílio emergencial de R$ 600, informou que, até o dia 24 de abril, dos 89,3 milhões de CPFs que já foram analisados e enviados à Caixa Econômica Federal, 48,5 milhões atenderam aos critérios da lei e foram considerados elegíveis para receber o benefício, ou seja, 54,3% do total.

Outros 27,2 milhões estão inelegíveis e não poderão receber o auxílio (30,5%), e 13,6 milhões (15,2%) estão classificados como inconclusivos, ou seja, precisam de complementação nos cadastros. O índice de exclusão está dentro da média de balanços anteriores divulgados pela Dataprev.

O levantamento número engloba os três grupos com direito ao auxílio: microempreendedores individuais (MEIs), contribuintes individuais (CIs) e trabalhadores informais (Grupo 1); inscritos no Cadastro Único e beneficiados pelo Programa Bolsa Família (Grupo 2); e inscritos no CadÚnico e não beneficiados pelo programa de transferência de renda (Grupo 3).

O grupo com maior índice de aprovação é de quem está no Cadastro Único e beneficiários do Programa Bolsa Família – 96,5% do total. Já no grupo de quem está no Cadastro Único e não é beneficiário do Programa Bolsa Família o índice de exclusão é de 66,35% do total.

Desempregados não conseguem acesso ao auxílio emergencial: ‘Meu filho quer comer’

A crise econômica inciada pela pandemia da Covid-19 no mundo já traz reflexos no cotidiano das pessoas. A desempregada Nathália Pereira dos Santos, de 23 anos, por exemplo, não tem mais como arcar com o aluguel. Grávida de quase nove meses, ela depende do auxílio emergencial anunciado pelo governo.

Apesar de ter sido aprovada pelo aplicativo da Caixa Econômica Federal e ter o cadastro no Bolsa Família, ela foi informada de que o pagamento seria feito pelo Banco do Brasil. No entanto, Nathália, assim como muitas pessoas que entraram em contato com o BHAZ, não têm conta na citada instituição financeira.

“Eu moro com um filho de três anos. Pago R$ 350 de aluguel, R$ 63 de luz, R$ 84 de água e preciso fazer compra. Meu filho quer comer”, contou a jovem de 23 anos. É importante ressaltar que o valor da cesta básica, calculado pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para Belo Horizonte, é de R$ 459,10. 

A jovem revela que receberia R$ 1.200 na última quinta-feira (9), já que ela tem o cadastro único. No entanto, o dinheiro não “caiu”. Depois, o aplicativo informou que o benefício havia sido aprovado e que seria pago nessa segunda-feira (13), o que também não ocorreu. “Digitei meu CPF no aplicativo do Banco do Brasil e não havia nada em conta. E agora à tarde, no aplicativo da Caixa, meu procedimento voltou para a análise”, explica consternada.
Município pequeno e sem negócios

A desempregada Débora Cristina Evangelista, que também tem 23 anos, mora em Fortuna de Minas, na região Central do Estado. A cidade tem pouco menos de 3 mil habitantes e a venda de açaí, que sustentava a casa, já não dá lucro. “A cidade está parada, está ruim para todos. Todo mundo está em casa e eu não vendo mais”, conta.

Ela também não conseguiu receber o auxílio emergencial do Governo. A comerciante revela que tem o cadastro único e, mesmo assim, fez o pedido no aplicativo da Caixa Econômica Federal. “Informaram que estava aprovado e que o depósito seria feito no Banco do Brasil”, afirma. O problema é que, assim como Nathália, ela também não tem conta neste banco.

“O aluguel de R$ 400 já está atrasado desde o início do mês e conversei com a dona para ‘segurar as pontas’ até eu ter o dinheiro”, desabafa. Ela mora com uma cunhada, que também está desempregada, e com duas crianças.